Passou a infância e juventude em St. Gallen, Suíça, que desde o início da Idade Média foi marcada por seus mosteiros, pela biblioteca monástica e pelo constante cultivo da ars lineandi - a arte do desenho lineal.  Os anos de estudante conduziram-no a Lausanne, Montpellier, Paris e à Inglaterra - onde ele, juntamente com Gertrud Schefer, sua companheira por mais de 60 anos, encontrou a Antroposofia. 

 

Em 1937, ambos se tornaram membros do Ramo Ekkehard [da Sociedade Antroposófica] em St. Gallen e se casaram em 1939. Desde então, a profissão de docente foi exercida com paixão e empenho.

 

A partir de 1969, além de sua atividade docente em desenho de formas durante encontros e seminários, Rudolf Kutzli realizou viagens regulares de estudos. Foi nesse contexto que surgiram suas obras sobre a arte lombarda e as pedras esculpidas dos bogomilos. Como nenhum outro, Rudolf Kutzli conseguiu conectar fenômenos isolados a uma ideia - seja Francisco de Assis, Arnaldo de Bréscia ou Mani, seja Cassiodoro ou Columbano, sejam púlpitos, cruzes de fitas trançadas, círculos de pedra ou cabiros: tudo respirava o impulso de sua vida observativa e pensamental. 

 

Com isso, Kutzli abriu para inúmeras pessoas o acesso à visão e compreensão de grandiosas paisagens culturais, pois tanto suas viagens quanto sua imagem da História eram bem pouco acidentais e arbitrárias; elas sempre eram igualmente viagens ao mundo das ideias, ao elemento pictórico do ambiente colorido, e também ao mundo destituído de imagens - tão intrigante e ainda a ser descoberto - do pensar puro, ao qual ele, mediante seu trabalho com o desenho de formas, criou acesso.